100% Alimentação Viva!

Depois de iniciar a prática com Alimentação Viva, há alguns meses, percebi que a transição do cozido pro cru não foi tão dolorosa, como é pra muitas pessoas. Nos primeiros meses consegui focar bem, pela manhã com suco verde, leite de coco e frutas, no almoço passei a levar uma marmitinha crua pro trampo, e a noite preparava algo mais leve na mesma linha.
O mais difícil desta transição foi compreender como eliminei 10 kg rapidamente, e por ter uma desintoxicação acentuada, por meio de uma gripe forte, e limpezas intestinais, que em outro tempo chamaria de diarreia, mas agora compreendo como limpeza mesmo.
Esse ano iniciei trabalhando mais a partir de casa e tive o privilégio de fazer um jejum líquido logo depois do ano novo, fazendo 6 dias consecutivos de alimentação a base de água, sucos diversos, sopas frias, leites vegetais, banhos de sol e seguindo com uma média boa de alimentação 100% viva na fase seguinte.
Depois disso, intensifiquei a descoberta de me alimentar com menos quantidade e mais qualidade, passei a perceber que a inclusão das sementes germinadas, principalmente, sacia a fome e mantém a energia estável, e como a regularidade de consumir gorduras boas, como abacate e coco, com folhas verdes fazem uma combinação perfeita.
Quando chegou a fase da colheita, com as oficinas, cursos girando os bairros, viajando e iniciando os estudos do técnico em nutrição, ou seja, como tô vivendo agora, percebi o quanto é um desafio me manter 100% na Alimentação Viva. Tô numa progressão bacana e mesmo não me alimentando integralmente vivo todos os dias, já tem sido bem tranquilo fazer 60 a 80%.
Sim, quero me alimentar somente de vegetais crus, frescos, germinados, brotados e fermentados, isso mede o tanto que pretendo viver, quero viver 100%, viver o dia todo, mas com o ritmo dessa esteira acelerada, há uma gangorra me cutucando, pois ao final de cada jornada o cansaço e a fome é voraz e a boa energia doada e recebida fica sendo vigiada pela densidade de comer o que tiver pela frente depois.
E mesmo saindo de casa bem alimentado, levando as marmitinhas vivas de sempre, me deparo com algumas recaídas (sim, no geral somos viciados em comida cozida). Nada demais, no fim do dia a alimentação viva prevalece, mas sem avançar na intenção de manter toda vitalidade da manhã até a hora de dormir.
Faz parte da aprendizagem, da vivência, de saber como meu corpo reage com uma porção exagerada de comida cozida, quando a vibração já tá em outra fase, num bom nível de desintoxicação. Como é estar com a energia ativa, corpo leve, sem dores, sem acelêros desnecessários e sentir como o corpo inteligentemente alerta (com dores, peso e acelêros) que não foi bom desviar do caminho vivo e natural.
Me sinto à vontade pra este diálogo, sigo positivo, a trilha é florida de confiança. Acabo de participar de uma live do curso de chef e educador com a Ju Malhardes e sinto a crescência que rolou até agora, semana passada teve degustação viva no sarau e a passagem de um ciclo bacana no Quilombo Sambaqui, ontem recebi a Carol Vasconcelos (amiga de milianos) e fizemos uma escambo de Alimentação Viva e Cosmética Natural, hoje tem a poesia de Manoel de Barros pra semear na Vila Guilherme e no fim de semana é dia de macarrão de abobrinha e fermentados no curso de Alimentação Viva que realizo com Amanda Prado. Sem contar o universo expandindo com a física quântica (valeu Fanka, por mais essa), a chegada de um novo livro, mas isso é assunto pra daqui a pouco. Por enquanto, são vários adiantos, só posso agradecer. Bóra seguir na moralzinha e tomando sol.
Axé pra gente!
Foto: Tally Campos